Preparo cavitário em um dente

Informações sobre dentística para estudantes de odontologia

A dentística possui, como uma de suas atribuições, tratar a doença cárie. Um dente com uma lesão de cárie presente possui formas e dimensões irregulares.
O preparo cavitário é o tratamento biomecânico da lesão de cárie nos tecidos rígidos dos dentes. A finalidade do preparo cavitário é remover o tecido cariado. Se a cavidade for pequena, podemos usar resinas fotopolimerizáveis para restaurá-la, se a cavidade for grande, devemos adequar a forma para que esta consiga receber o onlay cerâmico (paredes do preparo ligeiramente expulsivas) e de forma que a peça não exerça efeito de cunha sobre as paredes do preparo.  Se as paredes do preparo estiverem muito finas, estas devem ser protegidas desgastando-se as pontas de cúspides para que o onlay se apoie sobre elas e exerça somente força de compressão no sentido ocluso gengival.
O preparo das cavidades pode ser classificado das seguintes formas: sua finalidade, o número de faces, as faces comprometidas e através da classificação de Black.
A finalidade utilizada no tratamento da cárie é a terapêutica, onde a cárie é removida totalmente, a cavidade se torna geométrica, com suas dimensões definidas.

 

Preparo cavitário em um dente
Uma lesão de cárie pode atingir diversas faces do dente. Uma cavidade com apenas uma face envolvida é chamada de cavidade simples, com duas faces envolvidas é chamada de composta e com três ou mais faces envolvidas é chamada de complexa.
A cavidade recebe o nome de acordo com as faces que foram atingidas pela lesão. Se uma lesão atinge as faces mesial, oclusal e distal ela é chamada de mesio-oclusodistal. Ou se atinge distal e oclusal é chamada de disto-oclusal.
A classificação de Black divide em classes as áreas de suscetibilidade a cárie, as classes vão de I a V e são outra forma de classificar a cavidade para receber o preparo adequado.
Classe I: oclusal de molares e prés-molares, 2/3 oclusais da face vestibular de molares inferiores, 2/3 oclusais da face palatina de molares superiores e a parte palatina de incisivos e caninos superiores (região de cíngulo).
Classe II: proximais de dentes posteriores (molares e prés-molares).
Classe III: proximais de dentes anteriores sem comprometimento da borda incisal (incisivos e caninos).
Classe IV: proximais de incisivos e caninos com o comprometimento da borda incisal.
Classe V: terço cervical das faces vestibulares, linguais ou palatinas de todos os dentes.

Partes constituintes do preparo cavitário
O preparo divide as paredes da cavidade entre circundantes (laterais) e de fundo (soalho). As paredes circundandes são nomeadas de acordo com a face mais próxima, distal, mesial, vestibular lingual e cervical. As paredes de fundo são as que protegem a polpa do dente, as paredes pulpar e oclusal. A pulpar está localizada paralelamente ao longo eixo do dente e a axial paralela ao longo eixo do dente.
O ponto de união de duas ou mais paredes é chamado de ângulo. Os ângulos formados pela união de duas paredes são chamados de ângulos diedros. Os ângulos formados pela união de três paredes são chamados ângulos triedros.
O ângulo diedro possui três grupos, o 1º grupo é formado pela união de duas paredes circundantes. O 2º grupo é formado pela união de uma parede circundante e uma de fundo. O 3º grupo é formado pela união de duas paredes de fundo.
Os ângulos triedros são formados pela união de 3 paredes e denominados pela combinação das mesmas. Um ângulo vestíbuloaxiopulpar, por exemplo, (formado pelas paredes vestibular, axial e pulpar).
Formas do preparo cavitário
Os preparos possuem algumas formas com diferentes funções na restauração, estas formas são: de contorno, resistência, retenção e conveniência.
A forma de contorno visa delimitar a área que será incluída no preparo. Geralmente formada pela remoção do tecido cariado, restrita ao tamanho da lesão.
A forma de resistência consiste em promover uma cavidade com estrutura dental e material restaurador resistentes aos esforços mastigatórios, a variação volumétrica e de expansão térmica dos materiais restauradores.
A forma de retenção é realizada em preparos que vão receber como material restaurador a amalgama (não possui adesão, é necessário retenção mecânica), com finalidade de evitar o deslocamento da restauração durante a mastigação de alimentos pegajosos.
A forma de conveniência é o tempo operatório que facilitam o acesso, conformação e instrumentação da cavidade. Como exemplo, materiais de proteção dos dentes vizinhos (matriz e cunha).

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