Dentes de porcelana (coroas de porcelana ou coroas dentárias) são capas de cerâmica que servem para cobrir dentes parcialmente destruídos, núcleos ou pilares protéticos que são peças que são parafusadas sobre os implantes dentários. Elas podem ser metalocerâmica (como o próprio nome diz, ela possui metal e cerâmica na sua composição)
ou metal free (só possuem cerâmica na sua composição)
É possível atingir bons resultados estéticos com os dois tipos, porém, para região anterior, é altamente recomendável optar pelo tipo metal free. As coroas metalocerâmicas, as vezes, causam manchamento da gengiva devido a óxidos liberados pelo metal.
As coroas feitas na forma livre de metal, podem ser aplicadas artesanalmente, podem ser injetadas
ou podem ser planejadas no computador e fresadas por um sistema CadCam e depois maquiadas (pintadas na superfície). Se for feita através do sistema CadCam, a primeira etapa é o escaneamento da boca.
Depois vem o projeto da coroa no computador
E finalmente a fresagem na fresadora 3d
Para a região anterior (estética) preferimos fazer o tipo aplicada artesanalmente para imitar as nuances de cor tanto interna como externa e os efeitos ópticos observados nos dentes naturais.
Preparo dentário para a confecção de dentes de porcelana
Diferentemente da restauração de porcelana, o preparo para a confecção de dente de porcelana exige um desgaste maior. Ele precisa abranger 360º do dente, deve permitir um espaço suficiente para a confecção do coping (capa sobre a qual é aplicada a porcelana), deve ser expulsivo (não pode ter paredes divergentes, elas têm que ser ligeiramente divergentes) e o término deve ficar sub-gengival (abaixo do nível da gengiva) para que não apareça a margem da coroa.
Núcleos metálicos para dentes de porcelana
Quando o dente está muito destruído, devemos tratar o canal e fazer um núcleo metálico que é uma peça que é cimentada no interior da raiz e serve para que tenhamos um suporte onde o dente de porcelana vai ser colado.
Lembrando que, quando planejarmos fazer uma dente de porcelana sem metal (metal free), o núcleo deve estar coberto por opaco para que a cor do metal dele não interfira na cor final da porcelana.
Casos clínicos de dentes de porcelana
Dentes de porcelana antes e depois
Enquanto os dentes de porcelana não ficam prontos, o paciente fica com dentes provisórios que podem ser feitos da forma convencional (prensados em resina) ou impressos em uma impressora 3d.
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Dicas para a confecção de Dentes de Porcelana para Dentistas e
Técnicos em Prótese Dentária
Escolha da cor para aplicação da porcelana
Essa é uma etapa importantíssima. O ideal seria o técnico fazer as anotações da cor do dente do paciente bem como as características individuais dos dentes vizinhos como translucidez, opalescência e fluorescência e não o cirurgião dentista, a menos que este seja muito experiente com prótese dentária ou já tenha sido ceramista antes de fazer faculdade de odontologia.
Eles devem ter consigo todos os recursos que o sistema de porcelana oferece. Essas anotações são feitas comparando as características dos dentes do paciente com escalas de cores padrão e as específicas para cada sistema. Essas escalas possuem os modificadores de opaco, de dentina e incisais e as massas especiais como fluorescentes e opalescentes.
Deve-se verificar, antes da tomada da cor, se os dentes não estão ressecados. Isso ocorre quando o paciente fica com a boca aberta por muito tempo. Os dentes devem estar hidratados para as anotações já que, só assim, é possível verificar os efeitos ópticos que as estruturas dentais produzem.
Moldagem para confecção de dentes de porcelana
Para profissionais que não possuem o scanner intra-oral, a moldagem do preparo e dos dentes vizinhos se faz necessária. Ela representa uma das etapas mais críticas do processo de se confeccionar um dente de porcelana. Devemos anestesiar a região do preparo, colocarmos um fio de afastamento gengival para que o material de moldagem copie bem o término do preparo, se não fizermos isso, a gengiva vai cobrir o término do preparo e o material não vai copiá-lo bem o que acarretaria em imperfeição da margem e consequentemente provável infiltração e cárie. O fio retrator deve estar embebido em um hemostático porém, não devemos esquecer em hipótese alguma de remover o excesso, utilizando uma gaze, antes de colocarmo em contato com a gengiva já que esse produto, quando em excesso, pode causar necrose e muita dor após o procedimento.
Moldagem do preparo para confecção do dente de porcelana. Veja como o material penetrou no espaço entre o dente e a gengiva devido ao afastamento com fio retrator e veja a ausência de sangue (se presente, poderia prejudicar a precisão da moldagem).
Após o molde estar limpo e seco, vertemos gesso e aguardamo a sua presa (endurecimento). Após pelo menos uma hora, podemos removê-lo do molde e iniciar os trabalhos laboratoriais.
Na hora de aplicar a porcelana, o técnico deve ter em mente que o ideal seria tentar imitar a natureza.
O dente de porcelana deve ser construindo em camadas para imitar como é um dente natural. A primeira camada é a da dentina.
A segunda e terceira são os incisais, massas de efeitos e transparente com ou sem opalescentes.
Efeitos de opalescência e fluorescência.
Se observarmos um dente natural, verificaremos que ele possui, normalmente, um cor forte, viva, interna, que vem da dentina e uma camada de esmalte que clareia o dente e confere noção de profundidade.
Para reproduzirmos esses efeitos ópticos, devemos ter espaço suficiente para trabalhar, colocar um opaco com uma cor mais cromatizada, uma camada mais fina de dentina e mais cromatizada do que a cor do dente do paciente, uma camada mais espessa de esmalte e incisais.
Desta forma, conseguimos chegar na cor do dente do paciente e de uma forma que não pareça dente artificial, opaco, que normalmente se destaca dos demais, justamente porque o opaco vendido pelas empresas é pouco cromatizado, menos até do que a cor que pretendemos fazer, dessa forma não temos um fundo bom para trabalhar, que nos ajude, que colabore com a composição da cor final que é a somatória de todas as camadas submetidas aos efeitos ópticos da profundidade de cada camada (obviamente as camadas mais internas colaboram menos com a composição final da cor).
Claro que a forma e a textura superficial também não devem ser esquecidas.
Adaptação do dente de porcelana na boca
Quando recebemos o dente de porcelana do laboratório, devemos proceder com a higienização do mesmo e realizar a prova em boca.
Primeiramente devemos verificar os pontos de contato. Posicionamos a coroa no local e passamos o fio dental. Este deve passar com uma certa dificuldade, nem muito livre nem muito apertado. Se passar muito apertado, os contatos proximais deverão ser marcados com carbono e a porcelana deverá ser desgastada com muito cuidado. Se passar muito livre, a coroa deverá retornar para o laboratório para acréscimo.
Estando os pontos de contato do dente de porcelana adequados, a próxima checagem é a da adaptação, a margem da coroa deverá estar completamente encostada no preparo, para verificar isso, podemos usar um explorador ou uma silicona leve.
O terceiro e último passo é o ajuste oclusal. Primeiro se verifica a oclusão em MIC, em segundo lugar, se verifica as interferências durante as excursões mandibulares. Estando tudo checado e ajustado, a porcelana poderá retornar para o laboratório para a aplicação do glaze.